MOBILIZAÇÃO EM REDE: inspire-se!

Relato de uma ação de conscientização em rede.

Durante uma aula on-line, achei linda a diversidade de rostos na tela e o famoso print do final aqueceu meu coração. Estávamos no mês de junho (notório do orgulho LGBTQIA+) e há tempos desejava discutir a pauta da diversidade, mas de forma ampla, debatendo a diversidade humana a partir de sua pluralidade biológica e essencial.

Há tempos também desejava fazer uso da vocação imagética da rede social Instagram para provocar uma reflexão consistente. Foi então que, desenhei símbolos de diferente e coração nas mãos, fiz algumas fotos, expliquei a ideia aos amigos que de imediato toparam e começaram a convidar seus amigos também.

Resultado: 64 voluntários que se dedicaram a parar e preparar uma foto especial para a mobilização. Produzimos 16 posts discutindo a diversidade humana e seus âmbitos biológicos, culturais e sociais com indicações de livros, filmes e músicas para autoeducação sobre debates relacionados às questões raciais, de gênero, corpos e mentes.

Dentre os nossos voluntários, tivemos uma grande variedade de causas, cada uma com suas reivindicações e debates específicos ricos, mas que em nossa mobilização estavam unidas através de um olhar de empatia para a beleza de nossas diferenças, lembrando que somos essencialmente humanos. Todas as causas no final das contas, lutam por essa empatia de forma natural e genuína.

 

 

Conseguimos perceber isso nas 11.737 visualizações e 476 comentários ao longo de 7 dias de interação, o que é bem significativo para um perfil considerado pequeno dentro da rede Instagram com somente 3.100 seguidores na época da mobilização. Todos os comentários reforçando a importância de se discutir e refletir sobre a diversidade humana em diferentes aspectos.

Outro fator importante foi entender o que motivou cada integrante a participar da ação, então apliquei um questionário e de nossos 64 voluntários, 22 responderam ao formulário, onde perguntamos desde a motivação para se voluntariar até suas impressões e sugestões de pautas para discussão. As primeiras perguntas apresentavam múltiplas escolha e abriam campos para introduzir mais aspectos.

A primeira tratou da motivação para se voluntariar. Percebe-se que 50 % afirmou que achou a ideia da mobilização para o debate através de fotos criativa. E que 40,7% atua em causas relacionadas à diversidade, ou seja, temos um voluntário engajado e que entende a importância do debate.

Da questão relacionada à principal preocupação em relação à produção da foto para a mobilização: 22,7% – focou em sua aparência, os simbolos da campanha e a atitude na imagem; 18,2% em sua atitude na imagem; outros 18,2% em sua atitude e nos símbolos. Números que indicam a compreensão, por parte dos voluntários, da importância da imagem como meio de incitar o debate.

Com relação aos sentimentos ao ver sua publicação na ação, 18,2% afirmaram que se sentiram engajados, 13,6% sentiram-se confortável, engajado e importante e outros 13,6% bonito, confortável, engajado e importante. Esse dado aponta para a participação em ações de conscientização como instrumentos de afirmação de seu posicionamento social, cultural e político e também de sua autoestima.

Temos o dever social de aproveitar os momentos de mobilização para discutir

Nas perguntas abertas sobre o que achou dos conteúdos abordados durante a semana da mobilização e qual deles considera mais importante fortalecer o debate, obtivemos considerações como:

“Achei importante, uma palavra me marcou que foi a: auto educação, pois é justamente sobre isso, precisamos cada vez mais nos responsabilizar e nos comprometer e agir diante do mundo e com as coisas das quais não concordamos, coautores na reprodução de toda ordem de coisas, sejam elas positivas ou negativas. Precisamos romper e fazer um enfrentamento contínuo aos preconceitos de toda ordem, é crucial repensar padrões e valorizar a diversidade e pluralidade que existe em cada um. Dialogar sobre o respeito as diferenças é o que eu entendo ser importante.” (Voluntária)

“Felizes, quem me conhece já sabe da minha militância. Tenho uma filha SD e luto DIARIAMENTE por inclusão.” (Voluntária)

Achei bem abrangente e acho a questão dos direitos civis um tópico importante.” (Voluntária)

Relevante! Precisamos falar a respeito, informação e conversa diminuem a ignorância.” (voluntária)

Parabéns pela campanha, quanto mais empresas se empenharem em apoio a diversidade, mais espaço e lugar teremos para mostrar o amor e as diferenças, fiquei muito orgulhoso em participar.” (Voluntário)

A conclusão dessa ação para a LaLuz Brasil e pessoalmente para mim, como sua proprietária, é que temos o dever social de aproveitar os momentos de mobilização para trazer à pauta discussões que podem no levar a refletir e agir em prol de uma sociedade mais justa e empática com todos os seres desse planeta. Mesmo uma marca pequena e com poucos seguidores na rede social Instagram consegue trazer o debate ao foco de atenção e suscitar reflexão em muitas pessoas e com a ajuda de muitas pessoas. A união está em nosso instinto de sobrevivência, no que nos torna essencialmente únicos!

Se encaro, como marca, que produzir e vender camisetas é ampliar horizontes de acesso a determinado produto, pois a camiseta é uma peça democrática, então, como marca, tenho o dever de utilizar todas as oportunidades de me posicionar e lutar por uma sociedade que acolha, respeite e ame a todos como seres diversos e essencialmente humanos.

Por: Fabiana Muranaka